segunda-feira, 8 de março de 2021

O Exército Eleitoral da Prefeita Sueli Vidigal, e as eleições de 2022

    

Hoje eu quero falar nesse artigo da mulher mais poderosa da Serra. Mulher guerreira que batalha aos gritos para realizar seus desejos políticos, à moda antiga de Maquiavel, não importando os meios e consequências, até a violência simbólica ou mesmo física se for inevitável. Após a morte, por crivo de balas do seu motorista, que nunca foi investigada profundamente, passou a ser chamada nos meios intelectuais de “mulher poderosa”. Nós sabemos que dona Sueli tem um bom coração e não faria mal a ninguém dizem alguns. Ela também é uma figura mitológica, dizem outros, de dar medo em juízes e promotores. Deixando de lado a conturbada composição da imagem da Primeira Dama da Serra, vamos ao seu lado bom. Acreditem ela tem um!

Um fragmento de História Serrana. No meu passado na Esquerda, comecei militando no PCB, comandado na Serra, naquela época, meados da década de 1980, por Adão Célia e Dr. Sant Clair”. Achei o comunismo uma ideologia pesada, tanto quanto as Obras de Carl Marx, que carregávamos debaixo dos braços, sem abrir, sem mesmo ler o prefácio. Mais tarde passei a conhecer esses conceitos no curso de sociologia.

Convidado pelo saudoso Ex-prefeito Naly Miranda me filiei ao PDT e passei a ser um dos seus discípulos. Naly tinha uma biblioteca enorme e trocávamos livros e ideias em muitas oportunidades. Eu desejava ser candidato a vereador, mas meu discurso carregado de sotaque mineiro era sempre motivo de chacotas, por isso adiei. Nas nossas reuniões tinha os favoritos e também um médico psiquiatra, tímido, que ninguém dava nada por ele. Naquela época uma inspiração, pois esse médico foi o mais votado do partido, se elegendo vereador. Assim conheci o atual Prefeito Sérgio Vidigal (PDT). No início da década de 1990 comecei um projeto para ser vereador da Serra, no ano seguinte embarquei numa candidatura na canoa furada do Sérgio Vidigal que nos derrotou. Planejava ser candidato outra vez no PDT, mas fui convidado a deixar o partido, na voz macia do então deputado Sérgio Vidigal. Minha ligação com João Miguel Feu Rosa, que era professor da UFES, no Departamento onde eu trabalhava, levantou suspeita de que eu seria um traidor. Foi uma decepção, Vidigal era a minha esperança de mudança.

A carreira política de João Miguel se dissolveu na finitude de seu último mandato de deputado federal. Eu me formei em sociologia e passei a fazer pesquisas de opinião pública, qualitativas e quantitativas. Pensava que sabia tudo sobre o tema da Ciência Política e opinião pública. Sem fazer uma pesquisa, me candidatei a vereador na eleição do ano passado e tive dez vezes menos votos, do que da primeira vez que fui candidato. Tinha uma coisa que eu havia esquecido sobre o eleitor serrano, o volume de campanha.

A Família Vidigal ao contrário, sempre elevou seus volumes de campanha, ao ponto de saturar o eleitor, cravando uma derrota no coração de Sueli Vidigal e duas derrotas no coração do Marido. A rejeição de Sueli qualificada em várias pesquisas, tem haver com esse mito, que faz dela uma mulher temida e odiada por muitos, mas também adorada por um exército de cabos eleitorais, que ocupam parte do secretariado e os cinco níveis dos cargos em comissão. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, também para dar notícias sobre a máquina eleitoral de Sueli, vejamos. Um exército de cargos comissionados comandado por nossa Prefeita Guerreira, turbinada pela frustração da derrota na eleição passada para deputada estadual. Na Igreja Evangélica quando o marido é pastor a esposa é vista como pastora. As ações imperativas de Sueli, junto aos cargos comissionados, fazem dela a prefeita de fato aos cargos ligados à SEMAS - Secretaria Municipal de Assistência Social e Secretaria de Saúde, entre outras.

A gestão Vidigal distribui o poder, como se fosse um tabuleiro de Xadrez. Sérgio Vidigal seria o Rei, Sueli a Rainha, os secretários seriam as Torres e os cargos de CC1 a CC3 seriam os Bispos. Já os cargos CC4 os Cavalos e os cargos CC5 os diversos piões, que podem ser sacrificados a qualquer momento em função das jogadas políticas com vereadores, financiadores, amigos e apoiadores.  Mestre Vidigal já mostrou que poderá sacrificar qualquer um, até mesmo a Rainha, dependendo da jogada política. Mas ele prefere uma gestão compartilhada entre o Rei e a Rainha. Tem jogadas maldosas que poderá usar a Rainha ou até mesmo os Cavalos, que saltam por obstáculos maximizando sua maldade. Os cargos comissionados são distribuídos entre: Prefeito, Primeira Dama e vereadores. Existe um conflito eles, com Sueli Vidigal tentando manipular esses cargos em função da sua próxima candidatura em 2022. A sabedoria profunda de Sérgio Vidigal, muitas vezes é ofuscada pela falta de habilidade da esposa, acostumada a ganhar tudo no grito. Alguns de seus gritos acabam acordando velhos fantasmas ligados à Polícia Federal e membros sérios do Ministério Público de Contas. Esse Exército de Cargos Comissionados exige jogadas inteligentes por mantê-los nesse tabuleiro político minimizando sacrifícios desnecessários.

Deveria haver uma Lei proibindo esposas e filhos dos prefeitos, governadores e até mesmo do presidente da República de serem candidatos aos cargos eletivos. É uma grande injustiça quando o peso eleitoral da máquina, somado aos fundos públicos de campanha facilitam o acesso ao poder às esposas e filhos dos gestores públicos e agentes políticos.  Se Fábio Duarte e Sueli fossem disputar um mandato de deputado estadual, veja o que aconteceria. A esposa do prefeito teria um monte de facilidades contra as dificuldades de Fábio Duarte, por exemplo: acesso aos cargos das empresas terceirizada na prefeitura da Serra e prováveis “doações” em recursos financeiros na modalidade de caixa dois, imperceptíveis pela Justiça Eleitoral. Saber jogar com a justiça é a única coisa que explica, uma carga com dezenas de processos judiciais sem solução e até mesmo supostos crimes sem investigação.

A Família Vidigal tem que entender, que o que gerou rejeição contra Sueli é a perigosa Leia da Física sobre ação e reação.

- A terceira lei de Newton, conhecida como lei da ação e reação, afirma que, para toda força de ação que é aplicada a um corpo, surge uma força de reação em um corpo diferente. Essa força de reação tem a mesma intensidade da força de ação e atua na mesma direção, mas com sentido oposto. Assim está no Google.

Quando Sueli tentar sacrificar um peão CC5, poderá bater de frente contra um vereador e até mesmo o prefeito Rei e ser sacrificada em função das suas barbaridades e conduta que foge à liturgia da função de Primeira Dama. Para concluir mostro uma luz no fim do túnel, o lado bom de Sueli Vidigal. Me lembro dela ainda jovem, nas ruas gritando palavras de ordem para eleger o marido. Provavelmente Sérgio Vidigal não teria uma carreira política tão sólida, sem essa guerreira infalível que foi Sueli levando seu nome para todos os bairros da Serra e até mesmo cidades do Estado. Se eu fosse Sérgio Vidigal lançaria Eduardo Vidigal, seu filho do outro casamento, a deputado estadual, e daria a Sueli a chance de se aposentar no cargo de deputada federal. Com esse exército eleitoral tão ordeiro e bem mandado, o grupo poderia preitear esses cargos públicos de deputados. Os piões CC5, que nada têm a perder são peças que algumas podem defender o Rei Prefeito de ataques violentos e repentinos. Moral da estória nem todos os piões podem sofrer sacrifício, e alguns devem ser promovidos a peças mais importantes. Estamos em tempo de Pandemia, com desaceleração econômica e ameaça de estagflação, com desemprego e recessão. Exonerar alguém e transforma um aliado em adversário, inevitavelmente.  Dito isso, Feliz dia Internacional da Mulher Prefeita Sueli Vidigal, que Deus ouça seus gritos por misericórdia.


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