terça-feira, 21 de setembro de 2021

Pastor Bozo o palhaço de Deus, agradecido pelo apelido de Bolsonaro

 

Arlindo Tadeu Barreto Montanha de Andrade, também conhecido como Palhaço de Deus, teve uma juventude controversa, mas uma velhice abençoada. Certa vez, uma plateia de oitenta pessoas o aguardava, ansiosa, na favela Beira-Mar, em Duque de Caxias, no Rio. Ele foi mocinho de novela das seis na Globo, palhaço Bozo no SBT, galã de novela das oito na Bandeirantes, maquiador, dublador de desenho animado, malabarista de circo, diretor de cinema, trapezista, domador de leões, ator de teatro infantil e de filmes pornográficos. Fora das artes, foi surfista, coroinha e tentou ser médico, psicólogo, biólogo e vereador. Desafiou a reencarnação ao viver muitas vidas até que, há vinte anos, virou evangélico e tornou-se o pastor Arlindo.

De microfone em punho, entrou aos pulos no fundo da Igreja Presbiteriana Parque Beira-Mar e anunciou:

– Glória a Deus, Aleluia! Música, maestro.

Começou a música e o pastor-palhaço interrompeu:

– Não essa, maestro. É a música número um.

O sonoplasta botou outra música: “Sorria, é tempo de sorrir. Sorria”. Vestindo calça e paletó de cetim azul degradê, suspensório, sapato de bico largo, gravata-borboleta vermelha, cabelo de algodão e cartola azul, o pastor Arlindo cantou junto. No espetáculo, cada truque de mágica serve de ilustração para uma mensagem bíblica. O palhaço disse que muitas pessoas acham a palavra de Deus “sacal”, mas ela não é. Ele abriu uma Bíblia e saltou uma flor colorida. “Um universo mágico explode diante de nossos olhos quando conhecemos a palavra de Deus”, ele disse. Um garotinho no fundo da plateia estava inquieto na cadeira. O pastor se aborreceu: “Ei, menino! Quando um palhaço fala, o outro cala a boca”. Exatamente como Bolsonaro faz.

Mais adiante, anunciou: “Deus opera milagres. Assim como transforma água em vinho, transformou um viciado em um homem de Deus, me libertou da maconha, da cocaína e do álcool”. Ele jogou um líquido transparente num copo d’água e a água virou groselha. Plateia em silêncio. “Uma salva de palmas para Jesus!”, conclamou. Aplausos tímidos. O palhaço explicou: “Nós somos como um copo vazio. Mas, se bebermos a palavra de Deus, ela nos transforma”. Em seguida, derramou a groselha num copo vazio e o líquido se transformou de novo em água.

Arlindo Barreto é filho da atriz Márcia de Windsor que começou a carreira como vedete e foi jurada de televisão até o final dos anos 70 (só dava nota 10). Márcia era amiga da atriz e musa do Pasquim Leila Diniz, que morreu jovem, em 1972, num desastre de avião. Leila era desbocada e liberada. Certa vez, ela tomava banho na casa de Márcia quando Arlindo e seu irmão Gilberto descobriram uma brecha por onde podiam espiá-la nua. Ela percebeu que estava sendo observada e disse a Arlindo, que não tinha mais de 12 anos: “Que é isso? Não precisa se esconder, não, Arlindinho. Estamos aí. Vem aqui, se você tem coragem”. O menino deu no pé.

 Era a hora de engolir a espada. Na primeira tentativa, o “Palhaço de Deus” a empurrou contra a língua, dando a impressão de engoli-la, mas a espada emperrou e não se retraiu, como deveria acontecer. Para ganhar tempo, ele anunciou à Congregação Batista da Favela Jardim Fontalis, na periferia paulistana: “Não façam esse truque em casa, é muito perigoso”. Virou-se de lado e tentou novamente. A espada entortou em vez de encolher, aos trancos foi sumindo na boca do palhaço, mas parou no meio. O pastor recolheu a espada e desistiu. A mensagem seria: “A palavra de Deus penetra dentro de nós”. Não penetrou. Arlindo torceu para que ninguém fizesse a ilação herética.

Para não dar tempo a raciocínios ímpios, sacou imediatamente um lenço vermelho e o fez desaparecer. “Deus elimina as angústias e pecados de quem tem fé”, disse. Tentou acender a ponta de um bastão com isqueiro, mas a chama não saiu. Perguntou se alguém da platéia tinha fogo. Negativo. Pulou essa parte. De um copinho de plástico, assoprou bolhinhas de sabão: “As palavras humanas saem de nosso coração como bolhas ao vento”.

Em 1981, o SBT havia comprado os direitos de uso do personagem Bozo. O primeiro ator escolhido teve problemas pessoais e a emissora teve que escolher outro intérprete. Para se precaver, a rede de Silvio Santos decidiu contratar dois atores, que se revezariam na função do palhaço. No teste de elenco, o próprio dono da marca, o americano Larry Harmon, veio ao Brasil para escolher os atores. Arlindo trabalhava na linha de shows do SBT e conhecia o pessoal do estúdio onde era feito o teste. Ficou fulo ao ver o mau humor e a impaciência com que o americano tratava os palhaços veteranos que eram testados. Do lado de fora, só se ouviam os gritos do diretor: “No, no! Stop. Next!“, “Go on! Shit! Stop. Next!” Uma fila de palhaços cabisbaixos saía do estúdio.

Arlindo tomou as dores dos colegas. O que o moveu era o sentimento pouco cristão de vingança. Não tinha intenção de disputar a vaga. “Eu vou sacanear esse gringo”, pensou. Entrou no figurino, pegou uma senha e aguardou a sua vez. O americano, impassível, não se comovia com nenhum dos calejados velhinhos de circo. Arlindo entrou no estúdio e, aos berros, em português, começou a gesticular e xingar o diretor. Dizia obscenidades. A equipe atrás das câmeras riu às gargalhadas. O americano, sem entender uma palavra, olhou em volta e ficou maravilhado. Achou que havia descoberto o palhaço mais engraçado do Brasil. Arlindo foi imediatamente contratado e mais tarde dividiu o personagem com Luis Ricardo Monteiro, palhaço profissional e cantor, que trabalha até hoje no SBT. Ele se recusa a falar de Arlindo. Nenhum dos dois tem saudade da época em que foram colegas. Era notória a rivalidade entre eles.

Como precisava aprender o ofício de palhaço para fazer o Bozo, Arlindo foi trabalhar no Circo Vostok como “barreira”, uma espécie de assistente de picadeiro e ajudante geral. Fazia dupla jornada entre o circo e a televisão. Havia um contrato de sigilo com o SBT que não permitia que contasse que era o Bozo, e ele morou três anos num trailer do circo. No início, lavava elefantes e hipopótamos. Pagava aos artistas circenses para que lhe ensinassem trapézio, malabarismo, mágica e arame. Conquistou experiência e respeito. Chegou a fazer uma cena em que tomava banho dentro de um globo da morte, enquanto quatro motocicletas giravam à sua volta. Comprou um filhote de leão para entrar na jaula e aprender a domá-lo. Dizia no circo que estudava pela manhã e ia escondido para o estúdio gravar o programa do Bozo. Anos depois, revelou sua identidade secreta e chegou a gravar alguns programas no circo.

No auge do sucesso como Bozo, seu filho mais velho, Diego, tinha 5 anos. O salário de palhaço no SBT não era alto, mas o dinheiro ganho com merchandising compensava. Numa ocasião, Arlindo, que via pouco Diego, quis fazer-lhe uma surpresa. Chegou de madrugada com o presente mais caro que pôde comprar: um carrinho importado com controle remoto. Acordou o filho com o presente, mas o menino não se impressionou: “Pai, você é o único pai que brinca com todas as crianças, menos comigo”. A frase entrou no cérebro do palhaço e não saiu mais.

Tempos depois, separou-se e foi impedido de acompanhar a rotina escolar do filho. Arlindo bolou um plano para se fazer presente: passou a enviar cartas para Diego com regras de etiqueta, lições sobre conhecimentos gerais e conselhos diversos, e sempre botava uma cédula de dinheiro nos envelopes. Depois, ligava para tomar as lições por telefone. Seu método de educação à distância aliviava sua consciência. Arlindo sempre soube ganhar dinheiro, e muito mais como gastá-lo. Como Bozo, ganhou três discos de ouro e cinco troféus Imprensa. Em sua melhor fase financeira, teve dois apartamentos em São Paulo, uma casa de campo na Serra da Cantareira, um Alfa Romeo, um Escort conversível e uma moto Kawasaki. Algumas vezes, alugou jatinho particular. Hoje, mora numa casa alugada no interior de São Paulo e seu último apartamento na capital está à venda. 

Arlindo Barreto conta a sua história por meio de listas. A coleção de filmes, peças, cursos, espetáculos, ex-mulheres e peripécias vividas por ele desmoraliza o bom senso e a linearidade. Na família de sua mãe, pródiga em artistas e malucos de todos os naipes, as notícias que chegavam de Arlindinho causavam espanto. Ele sempre se superava. Quando se tornou pastor, a reação foi de ceticismo e ironia. Sua tia Cássia ligou correndo para uma comadre:

– Loló, você não vai acreditar: Arlindo virou pastor.
–Pastor alemão?
– Não, pastor evangélico.
– Meu Deus…

A entrada de Arlindo na igreja evangélica se deu quando namorou Elisabete Locatelli, sua colega no SBT, coordenadora de produção da linha de shows. Eles namoravam há pouco tempo quando, no final de 1986, Arlindo soube, chocado, que ela era “crente”. Poucos casais vinham de origens tão diferentes. Ele estava envolvido com álcool e drogas. Na passagem do ano, uma plateia de milhares de pessoas o aguardava na avenida Paulista, onde ele comandaria ao vivo pelo SBT a contagem regressiva para a chegada de 1987. Tomado por uma, como ele diz, “angústia inexplicável”, trancou-se na cobertura do apart-hotel onde vivia sozinho e tentou se suicidar. Foi encontrado no banheiro, desmaiado e com um corte profundo no braço direito. Perdeu muito sangue e foi internado.

Elisabete foi visitá-lo no hospital e, penalizada com o tormento em que vivia o namorado, levou o pastor de sua igreja para orar por ele. Em pouco tempo, Arlindo se recuperou e decidiu se converter ao protestantismo. Passou por várias igrejas evangélicas antes de optar pela Igreja Batista e, em 1991, foi ordenado pastor. Ele é um pastor pouco convencional. É comum vê-lo chegar para uma apresentação com a camisa estampada aberta no peito e uma capanga debaixo do braço. Tem um sorriso escancarado e chacoalha a cabeça para todos os lados ao falar. Entusiasmado consigo próprio, fala coisas diversas ao mesmo tempo e dá a impressão de que está prestes a levantar voo. Com um milhão de histórias do passado e projetos para o futuro, sua cabeça parece ferver. Em casa, o filho David o apelidou de “febrão”. Vive no superlativo. Está sempre no comando da casa e decide tudo o que os filhos devem fazer.

No mesmo ano em que se ordenou pastor, Arlindo foi convidado a participar do projeto “Tenda da Esperança”, uma iniciativa da Igreja Batista que consistia em armar tendas de circo em cidades do Nordeste onde havia romeiros católicos. A intenção era converter o rebanho alheio. Os batistas da Tenda perambularam por Juazeiro do Norte e arredores, redutos de veneração do Padre Cícero. Durante o dia, faziam assistência social, com aplicação de flúor, atendimento médico e consultas psicológicas. À noite, promoviam cultos evangélicos. A Tenda durou dois anos e converteu 919 almas. Em 1999, Arlindo coordenou o projeto “Barco Luz do Tietê”. A bordo de um catamarã, um grupo de evangélicos visitava as cidades ribeirinhas do Rio Tietê, em São Paulo. Faziam pregações, distribuíam bíblias e ofereciam serviço médico, odontológico e até veterinário. Também contavam com uma equipe de cabeleireiros e psicólogos. Davam cursos de corte e costura e gestão ambiental. A base do barco ficava em Barra Bonita e eles tinham apoio da prefeitura local.

 

No bairro Riachuelo, na Zona Norte carioca, uma morena de olhos verdes veio receber o pastor na entrada da igreja e disse:

– Pastor Arlindo! O senhor não vai se lembrar de mim…
– E eu ia me esquecer de um mulherão desses? – respondeu o religioso.

Sob uma tenda de circo, ele era aguardado por 200 pessoas na platéia, entre crianças e adultos. Na entrada, havia uma mesa onde se vendia pizza, cachorro-quente, picolé, pudim e refrigerante, tudo a 1 real. Numa salinha transformada em camarim improvisado, Arlindo se maquiava com dificuldade: o calor era tamanho que ele não parava de suar. Um compensado de madeira lhe servia de mesa. No chão, não tinha onde pousar o pé, tantas eram as traquitanas espalhadas: quatro malas gigantes, uma gaiola com uma pomba, meia dúzia de bambolês, uma bandeja de salgadinhos, uma bateria de música, dois sacos com brinquedos, um mini fogão de plástico, uma girafa de pelúcia e uma bicicleta. O cheiro de fritura entrava pela janela.

Ele começou o show de mágica usando óculos de grau sobre o nariz de palhaço, provocando risos involuntários. “Pegue o seu coração e declare sua fé em Jesus”, disse. “Ele te liberta. O amor de Deus é invisível aos olhos, mas, quando cremos nele, a força do Espírito Santo se manifesta.” Um balão vermelho estourou e surgiu a pomba branca. “Palmas para Jesus!” O palhaço prosseguiu: “Eu ganhei muito dinheiro, mas gastei tudo. Se vier à casa de Deus, e separar a décima parte, Deus te dá dinheiro de volta, ele multiplica 100 vezes mais”. Pôs uma moeda pequena no saco de pano e tirou uma moeda gigante. “Deus disse: ‘No dia em que os homens me reconhecerem em seus corações, Eu farei desta terra um grande país’.” Pegou um pano preto, revirou pelo avesso e surgiu a bandeira dos Estados Unidos. Silêncio. Convocou as crianças para virem à frente e organizou uma competição entre meninos e meninas. A igreja se transformou em um programa de auditório, com torcidas e gritaria.

O palhaço-pastor foi recebido, no início, com desconfiança pela comunidade evangélica. Arlindo foi chamado de maluco, demônio e ingênuo, mas em pouco tempo passou a ser aceito por seus novos pares. O pastor Oliveira de Araújo, presidente da Convenção Batista Brasileira, dá o seu aval: “Pastor Arlindo faz com que as pessoas tenham maior compreensão de Deus através de sua arte, que ele domina tão bem”. Convencido de seu sucesso entre o rebanho evangélico e empolgado com suas próprias idéias, Arlindo Barreto candidatou-se a vereador pelo Partido Social Liberal, PSL, em 2004, por São Paulo. Obteve apenas 500 votos e não se elegeu. Não se meteu mais em política.

No ano seguinte, diplomou-se como bacharel em teologia. Fez um curso por correspondência na Faculdade Filadélfia, em João Pessoa, na Paraíba. O seu boletim mostra que foi um bom aluno: 10 em escatologia e hermenêutica, 9,5 em hebraico, e 9 em grego e arqueologia bíblica.

Juridicamente, Arlindo Barreto não pode mais ser Bozo. Há seis meses, ele esteve nos Estados Unidos e se reuniu com Larry Harmon, detentor dos direitos da marca Bozo. Queria permissão para pregar fantasiado como o palhaço. O americano foi inflexível. Além do preço proibitivo de 1 milhão de dólares anuais para o licenciamento do personagem, Harmon não permitiu que a imagem de Bozo fosse usada para fins religiosos. Assim, Arlindo se viu obrigado a criar um novo personagem, “Mr. Clown”, mas ainda é conhecido nas comunidades evangélicas como “Pastor Bozo”.

Arlindo nasceu em Ilhéus, na Bahia, foi criado no Rio, viveu em São Paulo e há dois anos mora em São José dos Campos. Está casado há vinte anos com Elisabete Locatelli, com quem tem dois filhos: David, de 18 anos, e a adolescente Stacy Lôyde, que acaba de gravar um CD de músicas gospel, Simplesmente Stacy. O primogênito, Diego, tem 25 anos. Os três filhos, alternadamente, contracenaram com o pai. Arlindo, que fez vasectomia, é colaborador do Lar Batista de Crianças, um programa de estímulo à adoção infantil, sediado em São Paulo. Lida com crianças em situação de risco e sua função é arrecadar recursos financeiros para o projeto.

Ele mora com a família numa casa de três quartos no Jardim Industrial, um bairro popular de São José. Os únicos luxos da residência são dois aparelhos de ginástica: uma esteira rolante e um step. Arlindo é pastor-presidente do Ministério dos Artistas de Cristo e vive da venda dos CDs que produz, coletâneas de músicas infantis e evangélicas, oferecidas a 15 reais nos locais onde se apresenta. Ele não cobra pelas apresentações em igrejas, mas quem o convida paga suas despesas e se compromete a vender previamente uma quantidade mínima de CDs. Já se apresentou como palhaço de Deus em comunidades evangélicas de brasileiros no Japão, Suíça, Canadá, Estados Unidos, Panamá, Inglaterra e França. Planeja mudar-se, em janeiro, para a Flórida, onde será diretor do Ministério das Artes na Primeira Igreja Batista Brasileira de Orlando. Presidirá cultos vestido de palhaço e dará aulas de arte dramática, comunicação em público e treinamento para os seminaristas da igreja. De mágica, ainda não.

No domingo, 14 de outubro, às nove da manhã, Arlindo foi acordado pelo telefone. Era o chamado de alguém que estava à sua espera na rodoviária. Pulou da cama e, sem tirar o pijama azul de malha, pegou o carro e foi apanhar a visita. A porta direita de seu Fiat Uno antigo só abre por fora e a janela esquerda não desce. Como o tanque do carro estava na reserva, ele parou num posto e colocou combustível. De pijama, saiu do carro para passar o cartão de débito e, mais adiante, entrou numa padaria para comprar pão, presunto e queijo. Só botou uma roupa mais apresentável às quatro da tarde, para ir até Tremembé, em São Paulo, para dar seu show circense-evangélico. Como era perto, foi de carro. Quando o compromisso é mais longe, viaja de ônibus e, raramente, de avião. No mês de outubro, quando se comemora o Dia da Criança, a agenda de shows do pastor foi de uma gincana frenética. Em 28 dias, fez vinte apresentações em dezenove cidades de cinco estados. No Estádio Pinheirão, em Curitiba, sua plateia chegou a 10 mil pessoas. 

O encerramento dos shows do Palhaço de Deus é feito com música solene. Em gestos ensaiados, ele saca a cartola lentamente, solta a peruca e tira o nariz de palhaço. “Seus papais e mamães me conheceram como o maior palhaço do mundo. E eu troquei essa coroa pelo reino de Deus”, ele diz. Com um paninho na mão direita, ele lambuza o rosto com óleo Johnson e remove a maquiagem enquanto diz: “Eu tinha sucesso, dinheiro e fama. Eu representava uma alegria que eu mesmo não sentia, que não passava de um sorriso pintado”. O que se vê então é um homem calvo e de cara limpa. A música sobe, ele tira o paletó, abaixa os suspensórios e encara o público com ar circunspecto. “Minha mãe morreu, me afoguei na bebida, sofri um acidente e fui desenganado pelos médicos”, conta. “Um pastor expulsou de mim uma legião de demônios e eu me curvei ao Senhor. Eu me tornei um homem de Deus.”

Ainda em outubro, o pastor Arlindo decidiu gravar uma mensagem póstuma, para ser ouvida no dia do seu funeral. “Quando eu morrer, será uma grande comoção popular, um estrondo emocional”, justificou. “Preciso gravar meu último pronunciamento ao público. Tenho certeza de que ninguém vai ter coragem de falar no meu enterro. Então, falo eu mesmo.”

Ele telefonou para o amigo Gláucio Mello, que tem um estúdio de som em casa. Foi nele que gravaram o CD de Stacy. Arlindo reservou um horário de gravação no fim da tarde e não preparou o discurso por escrito. Queria falar de improviso. Ele pretendia dizer: “Venham, meus amiguinhos, não tenham medo. Peguem em mim, toquem em mim”.

Quer ser enterrado com a fantasia de palhaço e um grande sorriso pintado no rosto, ao som de uma marcha fúnebre. Só falta colocar a voz. “Adoro pregar em funeral, é muito divertido”, ele disse. “Minha última frase será: ‘Fui!'”

Ao chegar ao estúdio, o equipamento de gravação enguiçou e o pronunciamento póstumo foi cancelado.

Extraído do artigo: “Palhaço de Deus” de RAQUEL FREIRE ZANGRANDI do Jornal Folha do Piauí

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Com Sérgio Vidigal, a Serra voltou a gerar empregos em larga escala

 

Pelo menos uma coisa o prefeito Sérgio Vidigal aprendeu com Carlos Manato, que foi secretário de serviços da Prefeitura da Serra no segundo mandato do Vidigal: “o Capital não é inimigo do Trabalho”. Sem empresas surgindo no município, não se pode falar em geração de empregos e renda. Me lembro de um dono de Posto de Combustível na região de Laranjeiras reclamando do quanto teve que pagar em propinas, para poder abrir seu negócio na Serra. Foram oito anos patinando e perdendo investimentos vultuosos para Viana, que nos tomou o título de Capital Capixaba de logística. Pasmem, até Fundão tomou empresas do nosso município na gestão passada.


Hoje vivemos uma nova realidade na Serra, basta uma volta na região do CIVIT, para se surpreender com a quantidade de empresas que estão investindo em estrutura física, ampliando o negócio e outros galpões novos e prédios industriais estão surgindo em vários locais da Serra. Meu vizinho, que trabalha com esquadrias de alumínio estava trabalhando na informalidade, hoje já está derrubando o muro e construindo a sede de sua empresa. Após cinco anos esperando na fila da burocracia, está feliz da vida. Está viabilizando e expandindo seu negócio e vai contratar funcionários em breve. Mas nem sempre foi assim, a forte ideologia comunista de Marina Silva transformou a serra numa rede burocrática de insuficiência administrativa. Os projetos ficavam emperrados nas gavetas da burocracia, que nesse caso era uma burro-cracia. A prefeitura com queda na arrecadação dificultado a vida dos empreendedores. Um empresário do setor metal mecânico, após ser multado em 30 mil reais por ter limpado seu terreno com um trator, sem pagar ninguém na prefeitura, fugiu literalmente do município. Além de não pagar a multa abusiva, vendeu o terreno e comprou outro maior em Viana por menos da metade do preço. Resultado, ele hoje está gerando empregos lá na terra do Gilson Daniel, que promoveu a desburocratização e abriu as portas da prefeitura para auxiliar os empresários com informações e preparação técnica dos trabalhadores através do Projeto Gerar.

No Governo Bolsonaro, após a Lei da desburocratização surgiu uma tendência, estados e municípios passaram a dispensar a exigência de alvarás e licenças para abertura e funcionamento de empresas consideradas de baixo risco como forma de desburocratizar o ambiente de negócios neste momento de retomada da economia. Entre os Estados, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro lideram a iniciativa, segundo ranking feito pelo Ministério da Economia. Já as cidades menos burocráticas estão na Bahia - Serrinha e Santo Antônio de Jesus - e no Rio Grande do Sul (Venâncio Aires).

Os mineiros não perdem o trem. No topo da lista, Minas Gerais dispensa 701 atividades da burocracia exigida para abertura do negócio. São empresas que atuam em atividades classificadas como de baixo risco, que não oferecem perigo para a população. Entre elas estão bares, padarias, salões de beleza, lojas de roupa e borracharias. Enfim os pequenos negócios geradores de empregos.

O Governo Bolsonaro, na mesma linha defendida há muitos anos por Carlos Manato, entendeu que o Capital não é inimigo do Trabalho. A classificação nacional contém 300 atividades e foi definida depois que o Congresso Nacional aprovou, em 2019, a Lei de Liberdade Econômica. Foi essa lei que dispensou as atividades de baixo risco de obterem o alvará e licenças.

As dispensas de alvarás e licenças são definidas pelo Corpo de Bombeiros, órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. Caso não haja norma estadual própria, aplica-se ao município a classificação nacional, aprovada pelo comitê da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). Essa rede integra todos os atores envolvidos no processo de abertura de empresas, como as juntas comerciais e a Receita Federal. O Espírito Santo é o pior Estado brasileiro para se investir. A ideologia comunista de Casagrande, ao exemplo do que fez Audifax Barcelos na Serra está emperrando o desenvolvimento socioeconômico do Espírito Santo.

O Prefeito Sérgio Vidigal disse no site da Prefeitura da Serra, que a administração também está se movimentando para tornar a implantação dessas novas empresas com o menor nível de burocracia possível.

“A prefeitura está se adaptando para atender o empresariado nas suas necessidades. Inclusive estamos melhorando o fluxo interno de tramitação dos processos para que alvarás de obra e licenciamentos ambientais possam ser emitidos de forma virtual e com prazos que podem chegar a 72 horas”.

Vidigal reforçou a vantagem competitiva que é ter uma empresa no local. “Além de já estar com a infraestrutura pronta, o distrito está em uma área urbana, próximo a dois terminais de transporte e a bairros residenciais. Isso reforça que não haverá falta de mão de obra e traz mais oportunidades de trabalho, emprego e renda para a população nesse momento tão difícil de crise econômica gerada pela pandemia de Covid-19”.

Não é só isso Sérgio Vidigal. A Serra integra com Cariacica e Vitória os quatro modais de transporte, rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo, após a construção do novo aeroporto na divisa do município com Vitória. O TIMS é o melhor exemplo disso.

Uma atividade de baixo risco na maioria dos casos é de estabelecimentos em locais de tamanho reduzido, sem grande fluxo de pessoas e que não manipulam substâncias perigosas.

Vidigal entendeu que nossa vocação para o desenvolvimento e progresso é a mola propulsora da economia capixaba.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

O rombo promovido pelo Lula nos condenou à inflação e a fome



Você já parou para pensar nessa frase dita pelo ex-presidente do Supremo Joaquim Barbosa em 27 de fevereiro de 2014? — “É uma maioria de circunstância que tem todo o tempo a seu favor para continuar sua sanha reformadora.". Quando era relator do mensalão, a pontinha do iceberg. O caráter desse negão era de tão alto valor em princípios que ele desistiu desse tetão maravilhoso e vitalício em função do seu nobre código de ética.


 LULINHA o guardião da fortuna do pai

O ex-presidiário Lula, seus filhos que nunca trabalharam, Haddad, Guilherme Boulos, Marina Silva, Ciro Gomes, Eduardo Suplicy e diversos amigos do Lula querem voltar por cima no bonde da roubalheira. Como foi publicado pela revista Veja na época, quando falou sobre a riqueza bilionária do Lulinha. Segundo a revista, que hoje faz oposição ao Presidente Bolsonaro, o filho de Lula é Sócio majoritário dos Frigoríficos JBS (Friboi), sócio majoritário da Telefonia OI, Proprietário de seis fazendas que somadas dão um total de 1.400.000 hectares o que equivale a 14.000.000.000 M² ou 14.000.000KM². Para se ter uma ideia a Rússia, maior país da Europa só tem 3.960.000kM². Nesse espaço territorial mais de 500.000 cabeças de gado só no Estado do PARÁ. Hoje o meio de transporte do Lulinha é um Jato Executivo avaliado em 50 Milhões de Dólares. Um absurdo de acumulação para quem era servidor público. Um cuidador de elefantes trabalhando num zoológico teria que trabalhar 20 milhões de anos para acumular tamanha fortuna. Essa é parte da distribuição de Renda que o ex-presidente Lula defende para seus aliados, que ficaram milionários com dinheiro público. Quase todos os amigos íntimos de Lula foram presos e tiveram que devolver parte da grana roubada. Além dos senadores, deputados e governadores, todos do PT, que já foram incriminados na Delação Premiada do ex-diretor da Petrobrás, Paulo Eduardo Costa, preso e apavorado com o risco de pegar mais de 40 anos de Cadeia. Lula por meio de seus aliados roubava mais de 3% de todos os contratos sob sua responsabilidade, desde 2003 até a queda de Dilma! Só a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, teve preço final de R$ 40 bilhões, implicando numa propina de R$ 1 bilhão e 200 milhões. O Mensalão que era o maior roubo da história do Brasil pode ser considerado apenas uma moedinha, comparado ao rombo na Petrobrás. A verdade chegou, mas como nos advertiu o ex-ministro do supremo Joaquim Barbosa que não quis participar do esquema, o PT tem maioria no STF e a pizza já foi encomendada. O Ministro Edson Fachin do STF já fez a faxina ou “Fachina”, na ficha suja do Lula, que antes havia sido agraciado pelo STF com a liberdade após condenado em 3° instância. A exemplo de Dilma que manteve seus direitos políticos, Lula deve disputar as eleições em 2022. Sem sair de casa, só pela internet esse bandido quer montar um curral de jumentos e se eleger presidente do Brasil. Se você quer um país desenvolvido e de primeiro mundo, não volte ao nosso passado de Venezuela e Cuba.

 

 

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Descapitalização do BNDES no tempo do PT gerou empregos em outros países

 

Os governos do PT seguiram o ensinamento de Robin Hood, só que inverteram a lógica, tirando dos pobres para doar aos ricos. Um exemplo são os empréstimos do BNDES para empresas brasileiras com juros abaixo do mercado. Segundo Raymundo Passos do Jusbrasil: “Ao subsidiar os empréstimos, o BNDES funciona como um Bolsa Família ao contrário, um motor de desigualdade: tira dos pobres para dar aos ricos. Ou melhor, capta dinheiro emitindo títulos públicos, com base na taxa Selic (11% ao ano), e empresta a 6%. Isso significa que ele arca com 5% de todo o dinheiro emprestado. Dos R$ 414 bilhões emprestados este ano, R$ 20,7 bilhões são pagos pelo banco. É um valor similar aos R$ 25 bilhões gastos pelo governo no Bolsa Família, que atinge 36 milhões de brasileiros”.

Segundo o relatório da CPI do BNDES: “A Constituição Federal de 1988, em seu art. 239, determinou a destinação, ao BNDES, de parte dos recursos arrecadados pelo PIS-PASEP, que hoje compõem o Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, para investimentos capazes de impulsionar o desenvolvimento econômico do Brasil. Desde então, 40% dos recursos do PIS-PASEP são repassados ao Banco, o que garante uma fonte estável para a execução de investimentos no desenvolvimento econômico e social. Estes recursos são utilizados em linhas de financiamento para apoiar negócios em todos os setores”. Logo, quem está pagando pelo calote de parte dessa dívida são os trabalhadores brasileiros.

A geração de empregos internacionais dos governos petistas não tem precedente na história. Senão, vejamos.

Porto de Mariel (Cuba), uma doação dos governos petistas, nunca vamos receber esse empréstimo no valor da obra – US$ 957 milhões (US$ 682 milhões por parte do BNDES) Empresa responsável – Odebrecht.

Hidrelétrica de San Francisco (Equador) Valor da obra – US$ 243 milhões. Empresa responsável – Odebrecht

Hidrelétrica Manduriacu (Equador). Valor da obra – US$ 124,8 milhões (US$ 90 milhões por parte do BNDES). Empresa responsável – Odebrecht

Hidroelétrica de Chaglla (Peru). Valor da obra – US$ 1,2 bilhões (US$ 320 milhões por parte do BNDES). Empresa responsável – Odebrecht

Metrô Cidade do Panamá (Panamá). Valor da obra – US$ 1 bilhão Empresa responsável – Odebrecht

Autopista Madden-Colón (Panamá). Valor da obra – US$ 152,8 milhões. Empresa responsável – Odebrecht

Aqueduto de Chaco (Argentina) Valor da obra – US$ 180 milhões do BNDES. Empresa responsável – OAS

Soterramento do Ferrocarril Sarmiento (Argentina). Valor – US$ 1,5 bilhões do BNDES. Empresa responsável – Odebrecht

Linhas 3 e 4 do Metrô de Caracas (Venezuela) Valor da obra – US$ 732 milhões. Empresa responsável – Odebrecht

Segunda ponte sobre o rio Orinoco (Venezuela). Valor da obra – US$ 1,2 bilhões (US$ 300 milhões por parte do BNDES). Empresa responsável – Odebrecht

Barragem de Moamba Major (Moçambique). Valor da obra – US$ 460 milhões (US$ 350 milhões por parte do BNDES). Empresa responsável – Andrade Gutierrez

Aeroporto de Nacala (Moçambique). Valor da obra – US$ 200 milhões ($125 milhões por parte do BNDES). Empresa responsável – Odebrecht

BRT da capital Maputo (Moçambique)

Valor da obra – US$ 220 milhões (US$ 180 milhões por parte do BNDES). Empresa responsável – Odebrecht.

Hidrelétrica de Tumarín (Nicarágua). Valor da obra – US$ 1,1 bilhão (US$ 343 milhões). Empresa responsável – Queiroz Galvão

*A Eletrobrás participa do consórcio que irá gerir a hidroelétrica

Projeto Hacia el Norte – Rurrenabaque-El-Chorro (Bolívia). Valor da obra – US$ 199 milhões. Empresa responsável – Queiroz Galvão

Exportação de 127 ônibus (Colômbia). Valor – US$ 26,8 milhões Empresa responsável – San Marino

Abastecimento de água da capital peruana – Projeto Bayovar (Peru). Valor – Não informado. Empresa responsável – Andrade Gutierrez

Renovação da rede de gasodutos em Montevideo (Uruguai). Valor – Não informado. Empresa responsável – OAS

Via Expressa Luanda/Kifangondo. Valor – Não informado

Empresa responsável – Queiroz Galvão

A conclusão a que se pode chegar que Lula é de fato um Robin Hood ao contrário que tira dos trabalhadores para dar aos ricos.